A Lei 13.802/19 instituiu julho como o mês de conscientização sobre hepatites virais. A ideia é reforçar ações de vigilância, prevenção e controle dessas doenças. Em nível global, o dia de luta contra as hepatites virais é em 28 de julho, data determinada pela Organização Mundial da Saúde.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Há ainda, em menor incidência, os tipos D e E. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos de câncer hepático estão diretamente relacionados aos vírus das hepatites B e C, enquanto cerca de 1,5 milhão de mortes estão relacionadas às hepatites virais.
Por mais de julho seja um mês dedicado a essa causa, a prevenção deve se manter o ano inteiro, já que ainda existe uma falta de conhecimento acerca do assunto. Isso porque a hepatite é uma doença silenciosa, que nem sempre apresenta sintomas. Mas, quando aparecem, a pessoa costuma sentir cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, perda de apetite e dor abdominal, além de apresentar pele e olhos amarelados — daí o nome Julho Amarelo —, urina escura e fezes claras.
Como esse quadro não se manifesta em todos, muitas pessoas não sabem que estão infectadas, e acabam não fazendo o tratamento adequado. Quando não diagnosticadas, ou detectadas tardiamente, as hepatites virais podem acarretar complicações das formas agudas e crônicas, muitas vezes levando à cirrose ou ao câncer de fígado.
Por isso, a recomendação é que se façam exames para detectar o vírus, para que seja possível diagnosticar e iniciar o tratamento o quanto antes.
O que é hepatite?
A hepatite é uma inflamação no fígado, que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Das hepatites virais, existem cinco tipos mais comuns: A, B, C, D e E.
Hepatite A
É a hepatite com maior número de casos, e pode ser prevenida através da vacinação. Sua contaminação está diretamente relacionada às condições de higiene e saneamento básico, e se espalha por alimentos ou água contaminados, além do contato com pessoas infectadas. A condição desaparece por conta própria em algumas semanas.
Hepatite B
As principais formas de transmissão são por via sexual e contato sanguíneo. A vacina é uma das formas mais eficazes de prevenção contra a hepatite B, juntamente com o uso de preservativo e o não compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Hepatite C
A hepatite C também é transmitida através do contato com sangue contaminado e em relações sexuais. Não existe vacina, mas há tratamento, feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95%. O surgimento de sintomas em portadores dessa doença é muito raro, o que faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico, com consequências a longo prazo.
Hepatite D
Ela aparece apenas em pacientes infectados pela hepatite B, já que o vírus D é incompleto, e precisa de componentes do encontrados no B para poder se replicar. A vacina contra hepatite B também protege o organismo da D.
Hepatite E
A hepatite E é transmitida via oral-fecal, ou seja, o vírus é eliminado nas fezes e pode contaminar a água e alimentos, principalmente em locais com estrutura sanitária precária. Outras formas de proliferação incluem ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados, contato sanguíneo e transmissão vertical, quando a grávida passa para seu bebê.
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