O processo de sucessão traz desafios, mas, antes de qualquer decisão, é importante estruturar e aplicar um plano de negócios que funcione no dia a dia da nova gestão da ótica
*Por Rafael Rodrigues
O empreendedorismo é uma das principais atividades que movem a economia do Brasil. Em momentos de crise, essa iniciativa torna-se ainda mais frequente, como aconteceu no ano de 2020. Segundo um estudo realizado pela Global Entrepreneurship Monitor, a estimativa é de que 53,4 milhões de brasileiros estejam envolvidos em atividades empreendedoras. Dentro de um cenário de crescimento dos pequenos negócios, encontra-se também o dilema de quem assumirá o empreendimento a longo prazo, principalmente considerando a sucessão, ou seja, a passagem entre gerações da família.
Certamente, as empresas pequenas não são as únicas passíveis de perdurar por gerações, mas, sem o devido planejamento, são elas que poderão enfrentar percalços severos em sua trajetória. Gerenciar um negócio nunca foi fácil, mas a gestão entre familiares pode trazer desafios intensos. Aplicando esse ponto às óticas independentes, o cenário não muda. O dono da ótica naturalmente vive o seu negócio 24 horas por dia e, ao pensar em um possível sucessor, muitas dúvidas acabam surgindo.
Ninguém é substituível, mas, por outro lado, é fundamental ter em mente quem poderá assumir a administração de sua ótica com o mesmo afinco da gestão atual. É comum vermos estabelecimentos existentes há mais de 30 anos que, automaticamente, acabam se envolvendo com duas ou mais gerações. Tenha em mente que chegará o momento de transferir por completo questões administrativas e, para tanto, selecione alguém que está disposto a entender mais sobre os negócios e perfil de clientes atendidos.
Planejando a sucessão familiar
“Chegou a hora de definir o próximo gestor da minha ótica: e agora?”. Com certeza, indagações desse tipo surgem na mente dos empresários, que necessitam se movimentar com cautela para que tudo ocorra da melhor forma possível. Nesse sentido, definir um plano de negócios, deixando claro quais são as metas e objetivos da loja e estratégias essenciais para que o negócio permaneça sustentável no mercado é o primeiro passo. Vejo que a sucessão feita nas óticas independentes acontece de forma tão natural que, no fim, não há motivos de preocupações excessivas. Mas atenção!
Indo na contramão do planejamento, pode-se encontrar um cenário obscuro e cheio de incertezas quanto ao movimento feito pela ótica. Existem estabelecimentos que passaram pelas mãos do avô, filho e, por último, do neto, que só se mantiveram firmes em meio à tamanha competitividade graças ao apoio de parceiros e conhecimentos que são agregados com o tempo. O mercado mudou e é necessário acompanhar essa mudança. Investir em treinamentos e profissionalização é uma etapa básica para quem assumirá o comando da ótica.
Além disso, insira esse profissional aos poucos na rotina varejista. Faça com que ele esteja por dentro das situações mais complexas e que podem causar insegurança. Somente assim o novo gestor conseguirá identificar lacunas que precisam ser preenchidas e pontos de melhoria no dia a dia. Aprendizagem, conhecimento e inovação compõem um tripé que não pode ficar de fora das óticas, embora sejam pontos que não são agregados da noite para o dia. Por isso, reforço a importância de se investir em capacitações específicas sobre o mercado ótico.
Em suma, esteja preparado para um momento transformador, mas que, no fim, com todo o planejamento e suporte prévio, resulta em uma ótica completamente livre para suas próprias escolhas e dona de seu sucesso.
*Rafael Rodrigues é Country Manager da CECOP Brasil, maior comunidade de óticas independentes do mundo, graduado em Publicidade e Propaganda pela FAAP, com especialização em Economia pela FIA e MBA em Gestão de Negócios e Inovação pela BI International.
Artigo publicado originalmente pela Ótica Revista.
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